Projeto-piloto envolve assentados da região na produção de macaúba
quinta-feira, julho 25, 2013
Cerca de 50
pequenos produtores rurais da região de Presidente Prudente, entre agricultores
familiares e assentados da reforma agrária, estão envolvidos em um
projeto-piloto que pretende estimular o cultivo da macaúba através de um
sistema agroflorestal, com o objetivo de destinar o fruto da palmeira para a
produção de biodiesel.
Ainda em fase
de implantação, o projeto é coordenado pela Agência Paulista de Tecnologia do
Agronegócio (Apta), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, e pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
(Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), localizada em Piracicaba. Já o
financiamento é feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
As áreas
envolvidas ficam nos municípios de Caiuá, Mirante do Paranapanema, Presidente
Epitácio e Teodoro Sampaio. Nesta quinta-feira (4), das 8h às 17h30, os
agricultores participam de uma capacitação do projeto no Polo Regional da Alta
Sorocabana da Apta, em Presidente Prudente, com o tema “Introdução aos Sistemas
Agroflorestais”. Além da prática em campo, serão abordados assuntos como
sucessão ecológica e análise dos agroecossistemas.
“Os sistemas
agroflorestais têm sido uma alternativa para viabilizar a recuperação de áreas
degradadas dos assentamentos da reforma agrária do Pontal do Paranapanema”,
explica a pesquisadora científica Andréia Cristina Silva Hirata, que atua na
Apta.
Segundo a pesquisadora do Polo Regional da Apta, os produtores rurais receberão as mudas de macaúba gratuitamente e terão que fazer a manutenção das áreas cultivadas |
A expectativa é
de que as áreas deste projeto-piloto se tornem “multiplicadoras” da macaúba na
região, com a geração de renda no campo de maneira sustentável. Segundo
Andréia, a planta é um tipo de palmeira que possui grande potencial para a
produção de óleo, extraído do fruto e utilizado como biodiesel. A produção pode
atingir em torno de 5 mil quilos de óleo por hectare.
“É um atrativo
para pequenos produtores da agricultura familiar porque dá para conciliar nas
propriedades junto com a produção de outras coisas, através do manejo do
sistema agroflorestal, com a diversidade de várias espécies, como a inclusão de
frutas”, salienta a pesquisadora.
Andréia
ressalta que, como a macaúba demora em torno de cinco anos para começar a
produzir, o projeto prevê um arranjo para que os agricultores obtenham renda
com o cultivo de outras espécies durante este intervalo.
“A macaúba é
uma espécie adaptada à nossa região, o que facilita o manejo da planta. O
Pontal do Paranapanema é a região do Estado de São Paulo com a maior ocorrência
desta palmeira”, informa Andréia.
A pesquisadora afirma
que o modelo agroflorestal é um sistema sustentável, devido à diversidade de
espécies de plantas, ao contrário da monocultura, que provoca um
“desequilíbrio” ambiental. “É como em uma floresta, que se sustenta por conta
própria e não necessita de herbicidas e agrotóxicos”, compara.
De acordo com
ela, o acompanhamento do projeto-piloto vai indicar a viabilidade da macaúba
para os produtores da região. “O projeto fornecerá as mudas para o plantio
gratuitamente e os produtores participantes terão de trabalhar na manutenção
das áreas”, explica a pesquisadora.
A capacitação
no Polo Regional ajuda os produtores a gerenciar o projeto nas próprias áreas
rurais. Eles são acompanhados por profissionais da Apta e da Esalq/USP.
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